quarta-feira, 3 de agosto de 2011

PAI - Poema da ilustre poetisa JUREMA CHAVES

MEU PAI, QUANDO TE VEJO
SOBRE ESSE CEPO SENTADO
O OLHAR ACABRUNHADO
TALVEZ PENSANDO NA VIDA
TUA VOZ ENTRISTECIDA
COM SAUDOSA NOSTALGIA
DO TEMPO QUE LONGE VAI.
DA TUA ESTANCIA E O GADO
SÃO RECUERDOS DO PASSADO
COISAS DA VIDA, MEU PAI.


LEMBRAS TUA MOCIDADE
A CAMPANHA ONDE MORAVAS
E CEDO TE LEVANTARAS
PARA LIDAR NA MANGUEIRA
E JUNTO AO FOGO DE CHÃO
SENTAVA A FAMÍLIA INTEIRA
E TOMAVAS TEU CHIMARRÃO
COM MAMÃE TUA COMPANHEIRA.


TE VIA SEMPRE SORRINDO
E QUANDO A NOITE CHEGAVA
TEU VIOLÃO ABRAÇAVAS
PRA CANTAR VERSOS DE AMOR
COM EMOÇÃO E CALOR
CANTAVAS TEU RIO GRANDE
ONDE A BELEZA SE EXPANDE
NOS VERSOS DE UM CANTADOR.


CHEIO DE AMOR E CARINHO
ABRAÇADO NO TEU PINHO
TIRAVAS NOTAS SENTIDA
DOS DESENGANOS DA VIDA
FAZIAS UMA CANÇÃO
NÃO QUERO VER-TE TRISTONHO
POIS ME ENSINASTE QUE O SONHO
E A FORÇA DO CORAÇÃO.


TU SEMPRE TE ORGULHASTE
DESTE TEU SANGUE GAÚCHO
VIVESTE SEMPRE SEM LUXO
E NA TUA SIMPLICIDADE
ENSINOU-ME A LEALDADE
O AMOR A TRADIÇÃO,
A FRATERNA COMUNHÃO
E A NOSSA HOSPITALIDADE.


EU AGORA ESTOU CRESCIDO
E TU FICASTE VELHINHO
MAS NÃO FIQUES TRISTE, PAIZINHO
POIS HOJE EU ESTOU AQUI
FAZENDO O QUE APRENDI
CONTIGO VELHO ADORADO
GAÚCHO BOM E HONRADO
EU TENHO ORGULHO DE TI!

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