domingo, 19 de julho de 2009






• Abichornado – crioulo – acovardado, apequenado.
• Afeitar – espanhol – fazer a barba
• Âiga-te (âigale-te) – espanhol – interjeição de surpresa que enaltece o que foi ouvido; âigate.
• A la pucha (a la putcha) – espanhol – interjeição de surpresa que enaltece o que foi ouvido; âigate.
• Alcaide – provavelmente espanhol, pois tem significado muito oposto do homônimo português, oriundo do árabe – cavalo velho, ruim inútil; serve para pessoas também.
• Andar a/pelo cabresto – português – o mesmo termo que designa a condução do animal, indica que alguém está sendo conduzido por outro.
• Andar de rédea solta – português – também se referindo a pessoas, significa que alguém não sofre controle estrito de nada nem ninguém; um momento de folga.
• Bagual – crioulo – cavalo que não foi castrado; homem.
• Balaquear – crioulo – gabar-se, mentir, conversar fiado; vanguardar-se.
• Barbaridade – português – barbarismo. Tanto adjetiva como pode ser uma interjeição de espanto.
• Bate-coxa – português – baile, dança.
• Bombacha – espanhol platino – peça (calça) que caracteriza a indumentária gaúcha. Tem origem turca e foi introduzida na América pelos comerciantes ingleses, de presença marcante no pampa platino.
• Buenacho – espanhol – muito bom, excelente; bondoso, cavalheiro.
• Campanha – português – planície rio-grandense; pampa.
• Capilé – francês – refresco de verão, feita com um pouco de vinho tinto, água e muito açúcar.
• Castelhano – espanhol – indivíduo oriundo de Uruguai ou Argentino
• Cevador – português – pessoa que prepara o chimarrão e o distribui entre os que estão tomando.
• Charque – espanhol platino – carne de gado, salgada em mantas.
• Chasque – quíchua – mensageiro, estafeta.
• Chiru (xiru) – tupi – índio velho, indivíduo de raça cabocla.
• Chucro (xucro) – quíchua – animal arisco, nunca domado; pessoa de mesmo temperamento ou sem empirismo, inexperiente.
• Cusco – espanhol platino, provavelmente já emprestado do quíchua – cachorro pequeno e de raça ordinária (ou sem); guaipeca.
• De orelha em pé – português – da mesma forma que o animal de sobreaviso ergue as orelhas, tal supõe-se faça o homem.
• Engasga-gato – português – ensopado feito com pedaços de charque da manta da barrigueira.
• Garupa – francês - A parte superior do corpo das cavalgaduras que se estende do lombo aos quartos traseiros; também usado para definir a mesma área no corpo humano.
• Gaúcho – origem desconhecida – termo, inicialmente, utilizado de forma pejorativa para descrever a cruza ibero-indígena, hoje é o gentílico de quem nasce no estado do Rio Grande do Sul.
• Gauchada – crioulo – grande número de gaúchos; façanha típica de gaúcho, cometimento, muito arriscado, proeza no serviço campeiro, ação nobre, impressionante.
• Gauderiar – espanhol platino – vagabundear, andar errante, sem ocupação séria; haragano.
• Gaudério – espanhol platino – vagabundo, desocupado, nômade. Atualmente, é uma referência estadual ao povo da campanha, simplesmente, como gaúcho.
• Guaiaca – quíchua – invenção gauchesca que se usa sobre o “cinturão europeu”. Significa bolsa em sua língua original.
• Guaipeca – tupi – cachorro pequeno e de raça ordinária (ou sem), cusco.
• Guri – tupi – criança, menino; serviçais que faziam trabalho leve nas estâncias.
• Haragano – espanhol – Nômade, renitente; cavalo que dificilmente se deixa agarrar.
• Japiraca – tupi – mulher de temperamento irascível, insuportável.
• Jururu – tupi – triste, cabisbaixo, pensativo.
• Macanudo – indicado como sendo espanhol platino – bom, superior, poderoso, forte, inteligente, belo rico, respeitável; um adjetivo positivo de uso genérico.
• Mate – quíchua – bebida preparada em um porongo, com erva-mate e água quente; chimarrão.
• Minuano – indicado como sendo espanhol platino – vento andino, frio e seco, que sopra do sudoeste no inverno.
• Morocha – espanhol platino – moça morena, mestiça, mulata; rapariga de campanha.
• Nativismo – português – amor pelo chão onde se nasce e sua tradição.
• Orelhano (aurelhano) – espanhol platino – animal sem marca nem sinal; também serve para pessoas.
• Pago – espanhol/português – lugar onde se nasceu. Como o gaúcho original era um nativo descendente de imigrantes e não pretendia deixar seu solo em hipótese alguma, o termo também designa, genericamente, a região da Campanha.
• Pampa – quíchua – vastas planícies do Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina, coberta de excelentes pastagens que servem para criação de gado. Em quíchua, “pampa” significa “planície”.
• Paisano – português/espanhol – patrício, amigo, camarada; camponês e não-militares.
• Pêlo duro – espanhol – crioulo, genuinamente rio-grandense; também significa pessoa ou animal sem estirpe.
• Poncho – origem incerta, araucano ou espanhol – espécie de capa de pano de lã de forma retangular, ovalada ou redonda, com uma abertura no centro, para a passagem da cabeça.
• Puchero (putchero) – espanhol – sopão com muito vegetal e carne de peito, sem tutano e sem pirão.
• Querência – espanhol – o lugar onde se vive. Derivado de “querer”, caracteriza o amor que o gaúcho tem pela sua terra.
• Tapejara – tupi – vaqueano, guia ou prático dos caminhos; gaúcho perito, conhecedor da região.
• Tchê – provavelmente espanhol – termo vocativo pelo qual se tratam os gaúchos. É o mesmo “che” (‘txê’) do espanhol, que se consagrou com Ernesto Guevara, o “Che”.
• Topete – português/espanhol – audácia, arrogância, atrevimento; saliência da erva-mate que fica fora d’água na cuia de chimarrão.
• Tropeiro – português/espanhol – condutor de tropas, de gado.

Fonte: Felipe Simões Pires

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